No que acho ser um
sonho,
vejo uma
manifestação do passado
& digo, sei
que você não é real. Tenho que dizer.
Como
a maioria das coisas de sonho, o passado
remodela-se,
reconstitui-se com novos
olhos
& novo penteado – o passado
transformado
– & então esqueço seu nome.
Esqueço
o que estou fazendo com ele.
Como é mesmo aquela historieta sobre o rio?
Não
é assim, uma piada, não mais que o passado
seja
mesmo passado – aquela
sobre a água nunca
ser
a mesma água. E ao passo que corre,
a
corrente do rio – agora, isso sim
é uma piada –
está
sempre passando agora agora agora. Depois
das
sete, quando acordo do que acho que
seja
um sonho – sonho onde digo ao passado
a
verdade sobre ele mesmo – ele é o presente
de
sempre. Não há passado.
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Joke
In what I think is a
dream,
I look at some
manifestation of the past
& say, I know
you’re not real. Someone has to.
As most dream-things
do, the past
shapeshifts,
reconstitutes itself with new
eyes & a new
haircut—the past
made over—& then I forget its name.
I forget what I’m
doing with the past.
What is that joke
about the river?
It’s not really a
joke, no more than the past
is really past—the
one about water never
being the same
water. As it flows past,
the river’s
current—now that’s a joke—
is always flowing
now, now, now. Past
seven, when I wake
from what I think
is a dream—a dream
where I tell the past
the truth about
itself—it is the present
as it always is.
There is no past.
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