Estaria satisfeito
bilocado
assistido pelo inverso
interior desdobrado?
Onde está o som
de seus passos?
Corre serpente
carcomendo-me abraços
liquefeito absorto
me revivendo o salto
porém me agulha
me formiga
colhe o perfeito tempo
velho bom um
bom malévolo
Em seus bolsos
as pedras que sonho
quem sabe se aluga
na alheia coragem
desvia o olhar
arranca-lhes a capa
Seria ele
feitor das faltas
moço que sangra
se arrasta
seria ele a barca
Quem sabe
há uma lenda:
deito em seus olhos
finjo não estar aqui
RIBEIRO, Sebastião. Glitch. São Paulo: Scortecci, 2017
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