terça-feira, 31 de março de 2009

Utilidade doméstica

Última aula, noite, morfossintaxe. Entre morfema, gramema, lexema... dilema!
O sentido é aquilo que te leva a uma referência. Uma explicação/motivo muito aplicável ao fazer poético. Noites e viagens de ônibus comigo pensando: tudo que faço tem uma função? Hoje pela manhã esboçou-se uma resposta: mexemos com delicadezas, sutilidades, intuições, instintos. Mesmo que um Messiah apareça, mesmo que explique os versos que surgem pelo mundo afora, não nos atingirá com a clareza ofuscante da lógica. Temos que considerar esta espécie de silêncio, mas prefiro considerar tudo isto uns sons de fluidos corporais. São nítidos e presentes; os sentimos, mas não os vemos, estão aqui, essenciais e às vezes esquecidos.
Já ouvi Paulo Leminski dizer: A poesia foi feita pras coisas sem porquê. Pra que porquê? Sábio e sucinto, pop e clássico, o poeta. E como venho aprendendo, todo conceito é uma ficção. Ele existe para que saibamos lidar com as coisas. Só me resta dizer que sou um privilegiado por lidar com as coisas inefáveis. Quase um neurônio, quase uma unidade, onipotência. Sou livre.

2 comentários:

  1. Prezado amigo, vc pensa demais, procure apenas observar o nascer do Sol em cada dia e diga a si mesmo " obrigado Senhor, continuo vivo " simplicidade, talvez seja a chave maior para o reconhecimento pessoal... um abraço

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  2. Certo, eu vivo em uma torre de mármore. Então, vai me tirar dela?

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