oferecer flores: a primeira e última coisa a fazer. talvez por serem mudas, absortas.
a coisa mais bela e rápida que apazigue o negro e nos emerge além da palavra ou do som.
há cores, cheiros que nos levam e buscam além e por dentro do frio.
é o que nossos braços neste instante permitem; o que nossos olhos desejam; o que um dia foi espírito presume: estamos mudos.
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ah, mas não há flores.
os que se vão e os que olham esperam a medida do mutismo. ainda que existam a palavra 'catatonia', a expressão 'thousand-yard stare', pouco sobra ao luto.
somos a sobra do luto.
a busca, se há alguma, é pelo fim de algo -- aquele momento em que não importa se somos nós que iremos queimar.
mas há flores nalgum lugar à parte da estiagem em nossa existência. como elas, seremos adequados: mudos, absortos.
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#mh17
#withgaza
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