quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

fissipene (ou, não se solicita leitura deste texto)






este balão atmosférico ou bateria de carro e motor ou carvão queimando sem fim que Deus me deu encontrou a palavra

compartilhado

para um amor que não foi para mim desenhado nalgum espaço da longitude feita para tudo, menos ao encontrar-se humano.

meu gênio desnutrido, ainda que por Deus dado
encontrou a palavra

dividido

para o amor supracitado

ainda - digo mais - que semi-amargurado ao desespero propício porém assaz em fugir de amores alheios  suculentos desejados 

encontro a palavra

separado

encontro-me Hoje e a palavra

partido

encontro a palavra

quebrado

e também

rasgado

seguido de

ferido

aberto

decepado

abismado

penhasco

(então que um ritmo poético não vale a luta ou a lágrima, as mãos laminadas e sozinhas ou a idade vindo)

algar

queda

           despetalado


Um comentário:

  1. Não acredito na mensura da qualidade das coisas quando se trata de palavra em arte ou em outra parte. Penso sobre as coisas que leio que elas afetam ou causam indiferença. Tudo o mais é prazer ou descontentamento em maior ou menor intensidade. Não consegui ficar indiferente, as asas partidas do teu texto não causam feridas ao voo e nelas toda a cavidade são pegadas de um gigante.

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