O que consterna foram todas aquelas partes que se foram com o Tempo, ou seja, não estão no passado sozinhas. Provavelmente o Tempo, sem perguntas, os sente e descobre enfim que tudo irá mudar. Assim, alguns seres humanos que encheram de alegria a vida, ficaram no passado, sem morte, o que é pior. Crescendo, ninguém me perguntava dos ossos, ou das palavras, que línguas e formas que enfim surgem quando você ressurge em si mesmo. Absolutamente, estavam lá, mas não pararam a meu lado. E um receio teimoso se descobre nesta manhã, se, talvez, quem agora me ouve e segura não passará de cortina ao vento numa casa antiga, testemunha de galhos secos.
Por que isto acontece? Em meus anseios de crisálida não obrigo ninguém a descobrir que a morfose nunca é estática (claro!); quem sente, fica, observa, acaricia, mas não me impede de ir. Como impedir alguém de ir? Obrigar a não ir? Não faz parte de nada a obrigação, de nada digo que, de nada que dá prazer, óbvio. Amizades passaram a se conservar por status ou afinidade ou oportunidade; talvez por existirmos num tempo de pouca empatia e consciência da mudança, tudo que canta fora do ritmo conhecido parece, digamos, ameaçador. Muitos não ligam se sou um cultor da alma, curioso das teorias, das peculiaridades e destrezas estrelares, comportamentais, estranhas; não, creio que ninguém vê isso. Não aceite, respeite. Não condene, compreenda. O mundo não é um só.
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Amigos,
Este presente meio de expressão e disponibilização de ideias e alguma beleza, algum sentido, alguma emoção, alguma humanidade, está completando um ano de existência. Foram acontecendo evoluções, digressões, novidades, descobertas. Tive certas e especiais felicidades durante sua trilha. Agradeço profundamente a todos aqueles que me seguem, que comentam (com consistências, claro...), que encerram admiração pelos escritos. Especial menção a shintoni, Ana, do Duelos Literários, e a todos que viram neste blog uma mensagem diferente e expressaram isto. Sintam-se todos abraçados.
A todos que ajudaram e ajudam, estejam próximos ou distantes (que distância?), a construir e renovar o sentido de tantas coisas aqui, meu sincero agradecimento.
Obrigado!
Como forma de comemorarmos, resolvi, além deste post acima, Amigos, oferecer um tipo de texto característico de minha pessoa e motivador deste espaço, mas que pouco exponho aqui. Curtam o poema:
3
parar
perceber o agora
a fuga infundada do que sobra
do que é escrito e parado
para mim
para dois
para vários
a vida ainda escorre
estagna
sofre a influência do irreal
escopo de galáxias finitas
derramadas em incompreensões
relativas
parte absurda do universo
tão presente em palavra ou sono
estar aqui ainda é vida imprecisa
dionisíaca extremista
ainda vida calada posta
encostada vida
pútrida em seu signo
retorno de morada
ainda vida
estampada pedaço de si
caindo em fruta partida
headline insensato
vida
S:
ResponderExcluirO início do texto com o seu convite já foi postado no Duelos, ok?
Valeu por todo este tempo de amizade e colaboração.
Parabéns para seu blog e muitos anos de vida!
Abração e ótimo final de semana!