terça-feira, 17 de novembro de 2009

Lubricezas

Insisto. Ele não consegue tomar forma de poema. Mesmo sua poesia está desidratada. Espero. Sopro-o solfejando. Espero. Tomo-lhe o queixo, estranho-o. Minha mão dentro de suas calças e realizo o fato dele ser um homem.

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Inspiro. Prometo. Nada me compromete. Esfinge. Que coisa, nada parece simples?! Que ódio. Investigo. A visão de carne e polpa, textura sexual se esvai, graças ao bom Deus. Ainda permanece informe. És um homem afinal, mas não existe além de fotos. Que nojo.

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Não, não persevere. Nada quero à noite. Me incomoda, o cheiro estranho, a forma não usual, a dureza nada tênue. Desista. Estou morto pra ti, esqueça-me, sou um louco. Um vadio onanista entre muros de uma rua deserta. Tenho taras. Afaste-se. Vou te engasgar...

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Sabes bem que gozar é uma resolução. Que faremos agora, além da garganta seca, do cansaço meio frustrante? Sente-se. Coma alguma coisa. Tarde alguma nos entenderá. O lençol encharcado, lavarei. O látex, dissolverei. O cheiro estranho só é estranho agora. Ele me trouxe até aqui.

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gaveta, galáxia by Sebastião Ribeiro is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported License.