domingo, 27 de maio de 2012

PROBLEMA ALGUM!



problem_nothing_problem, Oriebiro, 2012


Eh... penso que sejam figuras de alguma coisa (talvez, linguagem) ou um código meu e ancestral ao mesmo tempo, que espuma água negra sob meus olhos, e sei, que o bullshit que vier deverá ser poesia. Se é poesia, é problema.

O problema é quem ainda em redor de mim pense que poesia não se pensa.
O problema é a educação deste Estado, que busca uma Antiguidade a quem culpar, e assim justificar a alguns o caráter destrutivo de ler para pensar.
O problema é que o poético tem a força duma guerra, mas ninguém morre e o sangue sempre terá cheiro de livraria gélida.
O problema é a necessidade da mudez. A facilidade da mudez. A incompreensão da mudez.
O problema é que achamos ser um problema termos problemas.
O problema é crescermos sem dar-nos conta.

Há problema em falar de flores e amores.
O problema é o que hoje, é o amor. O problema é o que hoje, é a flor. Ambos comunicam beleza, entretanto, se gastam e não param de germinar.
O problema é estar _________________________________ nas tardes de domingo sem cerveja e happy faces.
O problema é ser _________________________________ na percepção dos ângulos que guardam os relógios todo santo dia.
O problema é a poesia escondida em sua quitinete, o poema guardado para o dia da festa, o poeta-camisa-nova-de-domingo.

O problema é esperar.
Esperar é temer.
Esperar e temer.

O problema é temer.

Temer.
Temer.

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