Je suis esclave de mon baptême
(Arthur Rimbaud)
Pós-chuva
um rastro de beldroegas
pelo bairro que atravessa
o corpo
alguns governos nos levaram
tanto mas não a eterna caça
garras que arranham o self
feito de ledo encanto só
entendo ultimatos no agora
festins fajutos no retrato
que percebo no espelho sujo
de pasta de dente
o alçapão na página permite
um fio de sol derreter minha
suspensa presença
sigo tido sobre anos usados
que insistem ser visagem
na xícara de café
um gole quente me
pressuriza os olhos
aqui sei
fundido
caibo num balde
ferido
ainda há uma rua
mesmo que
por baixo da casa
há incêndios no
peito e no espaço
indagando meus
taquicar
dias
RIBEIRO, Sebastião. Memento. Guaratinguetá - SP: Editora Penalux, 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário