Estou movido pela perda de algumas cores, por essa areia nos dentes. Pelo atrito por quem acendi velas, altar de morcegos mortos no quintal.
Estou movido pela ânsia em correr de você. De ter mastigado os últimos trezentos dias, entre abúlico e sedento. Sou movido por tantas coisas que o resto é correr mesmo; não fugir, mas desviar da poça de lama em que você se transformou.
Estou movido por uma imagem no espelho que me cansa e intriga. Insiste como testemunha em meus sonhos. É o que posso fazer. Vamos correr, mas fora de gestos vãos. Estou movido pelo desejo em desejar cada vez menos.
Quer saber? Só desejo que você
se
foda
.
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