Poesia é uma espécie de língua secreta que serve mais à revelação do que ao obscurecimento (apesar do que se possa imaginar/ depreender do registro sofisticado e aparentemente impenetrável de alguns textos). Secreta, porque exige uma dose subjetiva na atitude de quem a recebe para apreciá-la – o reconhecimento do leitor nas palavras do poeta adquire um caráter de intimidade; porém reveladora, uma vez que se busca equipar de possibilidades interventoras no discurso cotidiano/ prosaico a fim de extrair aquela parcela abstrata, lúdica e, muitas vezes, inconfessável, que guardamos no uso social e perfunctório da linguagem.
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