Outubro. Anos e anos passaram por ele. Eu mesmo fui um ano inteiro a esperar pelo seu Sol, púlpito de nostalgias (seja lá onde isto seja). Um ano inteiro é um túnel onde me arrasto e a cabeça sobe intermitentemente pelas horas modificadas em unidades sóbrias e burocráticas, chamadas meses. De hora em hora espero um mês chegar. Vão-se todos. Ficam os ipês. Os ipês e seus outubros, suas costas, seus empecilhos. O outubro de dois mil e oito foi romanticamente especial, não pelos corpos, mas pela vida mesmo. A natureza é algo imenso e assim me calaria. Entretanto, à plena voz, luzes e luzes vindas de troncos pálidos e ásperos enchiam minha cabeça de coisas, coisas poéticas. Os ipês são parte completa de uma lembrança chamada símbolo; o símbolo é coisa que arde n'algo chamado referência. E referência é constante que busca sentidos, sentidos vários a algos de infância e juventude arenosa. Muitas vezes estes sentidos são somente devaneios ou partes perdidas de anseios velhos; e de tudo isso, como um segredo, revelo a todas as pontes e a todos os homens que um ipê florido e quente numa tarde de outubro é um ser em seu sentido amoresco.
Em tempo:
ResponderExcluirEsqueci de dizer que seu nome já foi incluído na lista de participantes no post de divulgação do Tema do Mês, devidamente linkado, ok?
Abraço!