Ando me lembrando da frase famosa de Pound: " Literatura é linguagem..." . Fim de semana passado, meu aniversário, encontramos, eu e meus amigos, por acaso, um dos poetas da expressão atual da poesia maranhense, Natinho Costa. Pensei, que incrível oportunidade poder conversar um pouco com um dos artistas de minha terra, que pensava eu, inacessivéis. Conversando, rindo e lembrando, cheguei a uma das máximas da escrita, o sentido. O sentido que há nas paredes e no asfalto, o sentido dos homens e das reticências, suas vírgulas e seus et coetera. Sentido este que evoca tudo que é primitivo, dos instintos, isto incluindo o instinto da palavra, e poesia é isto.
Existe um texto ótimo que Arnaldo Antunes escreveu e saiu na revista Oca das Letras, e ele fala bem disto. Com a poesia, recuperamos o aspecto e a função primeiras perdidas das palavras. E o que constatamos hoje em linguagem mundo afora não passa de um sinal dos tempos. As palavras também são testemunhas e vítimas do uso e do desuso da condição humana.
Viver - literariamente falando - a escrita em suas modalidades de uma forma que registre este acontecimento é muito bom, mais que isso, necessário. Mas as palavras não são somente sons, e tentar compreender e captar melhor o instinto da palavra é fazer valer a discernimento completo da mente e do prazer humano. Estamos assim, nos libertando de amarras sutis, que não nos permitem absorver melhor o sentido múltiplo da poesia, e da vida, porque não. Este instinto da palavra, acredito, é a mesma manifestação que acomete os bons poetas na unidade presente em cada Criação.
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