domingo, 21 de novembro de 2010

duma vitória muito quista...

Começarei com calma, pois devo assumir minha ansiedade característica; vou com calma para tentar não atropelar minhas palavras, que por um dia terem vindo realmente do coração, puderam me dar alguma alegria. Quem acompanha este blog desde o início sabe que já falei certa vez do Festival Maranhense de Poesia. Você pode conferir este Sebastião menos performático lá dos idos de 2009 aqui, me desculpando já a fraqueza do texto. Enfim, naquela época escrevia, claro, como venho fazendo desde 2002, quando das primeiras rimas inspiradas na aula de literatura sobre Arcadismo; e agradeço a Deus por ter as levado. Acontece que somente recentemente, coisa de um ano, pude assumir o poeta que sou, sem medo. Amadureci deveras. Tanto tempo passou, levando alegria ou plantando tristeza, mas enfim, a lição que aprendi sobre trabalhar duro, com consciência e verdade nas palavras parece que surtiu efeito recentemente.

Uma das maiores alegrias de minha vida é ser reconhecido de algum modo pela literatura local em seus feitores, e melhor ainda, mantendo meu foco na individualidade existente em meus escritos. Não precisei mudar o que fosse, mas senti que tomar o controle da poesia com responsabilidade foi essencial em meu crescimento individual, acredito que isso se constitui uma espécie de eflúvio pelo texto vencedor do 2º lugar pelo mérito literário no 23º Festival Maranhense de Poesia. Um poema em que concebi com o sentimento, e depois lapidei com a habilidade que venho acumulando e exercitando ao longo dos anos. A alegria foi maior ainda, porque além de este ter sido um prêmio desejadíssimo, meus companheiros de labuta poética, Igor Pablo e Weslley Sousa, encaçaparam Menção Honrosa e 1º lugar, respectivamente, tornando a vitória completa.

O que ainda quero dizer é, oferecer meu muito obrigado a todos que de alguma forma, direta ou indiretamente, fizeram ou fazem parte de meu crescimento pessoal, o que conduziu minhas posturas em relação a meu amadurecimento literário: às amigas que me acompanhavam nos primeiros festivais, aos meus amigos poetas (mais do que nunca hehe), aos meus amigos não-poetas (complicado, hein?), aos seguidores do meu blog Brasil e Portugal à fora, aos comentários bons e ruins deixados no blog... Entretanto, apesar de com certa melancolia no peito neste exato momento, ofereço minha conquista também ao rapaz que, embora não sabendo abertamente, faz parte da semi-ficção existente no poema anti-silêncio. Quero dizer-lhe aqui, já que me faltam palavras e pudor para tal na vida real (!), que o desejo imensamente e se fosse possível, o amaria com muita verdade. Mas não lembremos disto, pois estas lembranças de dependência e tristeza dominam meus dedos enquanto digito. 

Para ele, uma frase da Robyn:

I'm all messed up, I'm so out of line.

E para todos os meus circundantes, uma frase da Phoenix:

I guess I couldn't live without the things that made my life what it is.

Vamos à foto e à fonte:

Os rapazes de roupa escura pensando: -Somos foda!


What about a close?

Igor Pablo (Menção Honrosa), Weslley Sousa Silva (1º lugar) & eu (2º lugar)

E vamos ao poema vencedor do 2º lugar:

anti-silêncio

és feito de futuros em estrelas
digo matérias fora do alcance
ao mesmo tempo em que carregas
perda de flores em missão muda

embalado em abulia não te chego feito
chave esquecida da casa nem te alcanço
na promessa assoviada a inteira verdade
onde vês que palavra alguma te vestiria

aonde estive e me estendi não mereci
ficar e por quê? te cobrem meus tecidos
na falta dum órgão lúcido minhas mãos
é que te caçam queimando no vácuo e

traçando mais escuros que uma noite
condenso mais almas que possas crer
uma vez que respondes dissoluto aqui
não há barro que amadureça tijolo

não há caminho que conheça vinha
nem sopro que engesse a terra nem
mar que inspire mangue lá no aqui
estornado agora insistência em mim

negar enfim é um destino e uma trilha
tolhendo minha cria em te ver de novo
é alçar um inverno com limões suados
esperando que saturno daqui nos varra

fato não haver uma romã fria nesta terra
que saliva um dia/outro do soro servido
daqui mas sempre mas o que sazona no
pranto justifica este período em fruta
........................................................................................

Segurei na mão de Deus e ele subscreveu: 


- Não, meu filho, fique aqui, você ainda tem o que fazer...


Abraços carinhosos a todos meus suportadores e sponsors. Até a próxima glória.

Um comentário:

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