domingo, 3 de janeiro de 2010

É como se eu estivesse do lado de fora...


...esperando minha conhecida auto-piedade, porém desta vez ela não está aqui e parece que nada sobra. Tem de ser dito algo enquanto não há descanso. Esqueço dos homens, dos livros, dos loucos: perdura agora a reflexão perdida.

Enquanto todos gritam, me escondo num travesseiro de pedras; aqui há festa, dentro aqui hão lesmas... Esperar o que? Eu mesmo desejo não esperar nem eu mesmo. Sabemos, pois, que expectativa pode não ser esperança, então agarremo-nos nesta! Lembrando que esperança é fé, e fé é conforto, agora há o que lembrar de mim aqui fora.

Enquanto há festa, me desvio de tantos corpos e entendo o porque de tantos entorpecimentos; é que o pão a comprar, o trabalho que se hospeda e a obrigação das ruas não te permitem sonhar... Sonhar! Agora com uma dose de ideologia, há o que lembrar aqui fora, há um motivo para morrer em paz.

Amanhã é uma segunda-feira com vocação para a chuva, chuva nas ruas, chuva aqui dentro. Amanhã me fecho e sei que algo será esperado. Eu o gesto, o conformo, o destilo. Que me livrem de mim mesmo no que falo, continuo a descobrir alegrias esporádicas apesar de todos dos apesares...e não consigo ensinar ou mostrar nada a ninguém; mais um motivo para lembrar de mim aqui fora, para morrer em paz, para esquecer de morrer.



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