É possível que a fruta no mercado
expresse mais que meus silogismos contados;
que a pedra satisfeita em sua ideia de simetria
entenda mais das poucas perfeições
e dos espelhos que as geram,
que eu,
certo de não existirem linhas tortas
para toda minha razão.
Os gnus, as raposas e os gafanhotos
confortam o correto peso de uma expectativa
que não me pertence mais,
uma vez que entendo de palavras
se achando moscas,
entendo de cores explodindo,
de anulações, de álcool,
mas, a respeito do que se deseja
(ou se precisa em forma de água doce
ou tubérculo – mais do que deseja
o gnu, a raposa, o gafanhoto)
me entendo feito o pasto
para um capim insistente.
in RIBEIRO, Sebastião. &. São Paulo: Scortecci, 2015