segunda-feira, 22 de outubro de 2012

poemas em Macondo n° 6


Poemas inéditos na Macondo n° 6! Espero impressões de vocês. De qualquer forma, em breve escreverei sobre os partos que geraram os textos.

Enjoy it!


domingo, 14 de outubro de 2012

bula



Dias atrás, papeando com alguns amigos, coloquei-lhes a questão da auto-publicação, justificando logo após. Alguns levantaram a questão de financiamentos, etc, quando lhes disse que um dos fatores que vêm guiando minha escolha por este tipo de publicação é o valor. Até que uma amiga soltou algo como: 

— Sinto muito, mas se você quisesse publicar, já o tinha feito...

Levei [claro] na esportiva. Dias depois, refogando aquelas palavras, me recordei que, de fato, muitas vezes somos impelidos a tecer um comentário-outro à vida alheia, mesmo que com a quase-total consciência de, muitas vezes [muitas mesmo], não conhecermos a pessoa ou sua vida em suficiência para sermos justos nos julgamentos. 

Este post tem a missão principal de me tirar um fardo das costas, e a coleção de posts que pretendo criar com este rótulo, bula, sustenta o objetivo pessoal de desmi(s)tificar, num primeiro instante, minha[s] persona[ae] artística diante disto que nossa geração considera e entende 'mundo'. Para começarmos: minhas considerações sobre a auto-publicação.

***

Em mim, a auto-publicação surge de uma meditação quase constante sobre o criador, a criação e a disseminação [infecção?] do criado. Como uma pesquisa no Uncle Google pode indicar, é tão velha quanto biscoito de polvilho. Grandes nomes a buscaram. Hoje os meios de se auto-publicar mudaram, falemos do suporte clássico ou digital.

Minha necessidade por auto-publicar-me é consequência de uma história consideravelmente estafante; desta feita, lançarei mão da síntese-amiga sempre que possível. Há mais ou menos 10 anos comecei a 'rascunhar' algo que considerava poesia. Grandes possibilidades em minha vida, seja a nível pessoal ou compartilhável, só fizeram-se presentes há cerca de 5 anos. Neste ínterim  já carregava textos de qualidade e que considero particularmente relevantes, mas, óbvio, digo isto numa perspectiva que reúne possibilidades íntimas e de relação com a tradição deste belíssimo cofo chamado Maranhão [sem ironias, pfvr]. Mais detalhes do que tenho para auto-publicar, vide aqui e aqui.

A experiência que tive em Acorde foi preciosíssima, porém consumidora. A burocracia do papel [detalhes editoriais, boletos, cheques, correios, bonecos, contratos etc etc] levou um tempo importante. Especialmente porque falamos de poetas assalariados-cidadãos-pagadores-de-contas-de-luz-e-aluguel-fazedores-de-supermercado-etc-etc-etc. A burocracia do papel que cito, claro, é relativa: não condeno o suporte papel, ao contrário. É uma invenção duradoura, uma tecnologia adequada ao propósito, especialmente ao gênero poético. O burocrático aqui se refere ao alto custo que não visa lucro [sometimes], seja pelo gênero, pouco apreciado pelo público leitor-consumidor, seja pelo artista enformado no salário.

A regra é clara: poetas de hoje não publicam [ou se auto-] como há 100, 150 anos atrás. A magia dos tempos de nossos antecessores não contenta mesmo olhos comuns e surpreendíveis.

Em termos e tempos blogescos, sim, acredito no suporte digital. Ouviríamos " — Mas, Sebastião, nem todo mundo tem possibilidades de...". Óbvio, não sou tão alienado assim; só acredito que o futuro tecnológico existe. E também acredito que árvores só deveriam ser derrubadas para papel se a morte as valer [ou vender]. E principalmente, tendo em conta a recepção de poesia, inicialmente, numa cidade como esta, num estado como este, num país como este, com uma Educação [e disposição de mudar o futuro de milhões, sensíveis ou não ao gênero poético e artes em geral etc] como esta, o público disseminador da poesia torna-se especializadíssimo [eufemismo para mínimo e naturalmente seletivo].

Em nome da liberdade criativa e da condição a que os tempos modernos vêm condicionando nossa fisiologia, entendo a auto-publicação digital ou em papel um modo de democratizar a leitura e o que ela traz. Em defesa da sobrevivência e ramificação da Arte é que escrevo e penso nisto. Estamos num caminho irreversível, se tratando de tecnologia, mas que esperamos auxiliar na construção de uma mentalidade mais crítica da recepção, que migra para certas banalidades virtuais, sem sequer ter a oportunidade de enxergar vida inteligente neste mesmo meio virtual. Ah, e sem extremos: até onde puder, meios atuais de auto-publicação digital também disponibilizam a obra impressa, sobre demanda. Tudo isto tem mais a ver com democratização, e não radicalidade [whatever it means].

Encerrando este tiro no próprio pé [pela extensão deste post], desejo informar a quem quer que seja que, buscar alternativas realistas ao oferecimento da própria arte não pode passar por uma espécie de crime, como as grandes e/ou obtusas editoras desejam. Me chega uma forte impressão de que estamos, em vários níveis da existência, dando prioridade a subterfúgios. Sugerindo implicações e desenvolvimentos, não esqueçamos que ESTAMOS FALANDO DE ARTE, JESUS!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

do a little living



Peculiar, acho, esta forma de relacionamento com as palavras em que certos vocábulos começam a correr de alguma coisa, e certos pedaços de léxicos se tornam tão presentes que induzem ao vômito. Então, se é apresentado ao receio de uma continuidade semi-indesejada, envolta em clichês  ou seja  re-entregue ao uso comum e corrente desta recepção também peculiar, chamada resto, noves fora eu.

Na verdade, o parágrafo acima poderia justificar boa parte da recorrência temática de meio-mundo, daqueles que se aventuram em ser periféricos de saída; na verdade, em espécie de fuga ou contentamento, invento justificações quase-vãs que ajudem a solidão em escrever, quase-convencido eu, de que palavras são de carne.

***
Enfim, acabei de me ouvir pedindo: 
– Espere mais um pouquinho...


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