sexta-feira, 1 de novembro de 2013

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Pela noite, antes da vodca, distinguir formas passa por identificar as mesmas estampas nas costumeiras e esperadas camisetas pretas. 

Aos pés sempre caem os mesmos vermelhos, o mesmo couro rasgável no caminho de pedras já conhecido. 

Ainda fossem os mesmos dedos, os mesmos calcanhares, ombros, pescoços e nádegas fregueses – os olhos cansados pedem mais álcool deslizando trementes na falta de fantasias. 

Reverberam luzes, esticam-se os sons, afogamos torpores na direção de arte de todos estes lugares prontos, ansiosos por nossa carne ainda que mais pelo nosso dinheiro – este, gastamos masturbatoriamente, foda-se a sociedade do capital. 

Mas caímos contraditórios, cegos que nos banhamos em commodities do sonho & da expectativa. 

Repito-me sonolento após o shot de tequila: o corpo clama, o corpo clama. 

E o corpo continua alienado. 

E conheço parte das mentiras. 

Aceito quase todas as regras do jogo. 

A esperança ainda apita. 

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gaveta, galáxia by Sebastião Ribeiro is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported License.