segunda-feira, 24 de setembro de 2012

convenções



Colocasse Deus o segredo de tudo na boca de um homem, ainda não conseguiria medir-lhe uma verdade  sequer que me ajudasse a ser algo mais neste solstício; mais que um assalariado convencionadoperdidoexcitado.

Segredo que – se há numa forma que humanos reconhecemos – não se embalasse em palavras, visto que o desvirtuaríamos assim, formigas sob uma estrela G2 que somos.

Neste caminho, gostaria de saber o que guardaria sobre 'querer acima de uma convenção'.

Desta feita, não sei que é meu corpo. 

Qual sua relação com campos magnéticos. Quanto de flores residem-lhe em silêncios. Quanto do puma estoco em meu coração. Por que sinto o voo ininterrupto duma ave-do-paraíso em meu sono*.

*[Et coetera¹²³³²¹¹²³³²¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³³²¹¹²³]

...

Ele: os lábios não fazem sinais para que eu os espere. Os olhos comuns, magicamente não querem ser descritos além. E todo o resto me floresce numa languidez de doença tropical.

Eu: medo da busca. Espera. Esperança.

                                       ...

Eu: segredo. Convencionado. Perdido. Excitado.





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

rotação


Me pergunto se me veem através da expressão fechada, dos silêncios inesperados, das distâncias provocadas. Jurava que me escondia sob um manto verde-esmeralda; há quem não o veja; há quem o considere invisível.

Me pergunto quanto de viver não será preparação ou ante-alguma coisa que nos proteja de nós mesmos, quando nos ligar aquele que nos quer como somos (soulmate? best friend forever? Jesus?). Me pergunto, mas fixando alguma coisa de mim em teu rosto, como se estivesse te perguntando algo.

Chego a concluir por nosso bem que devemos nos esconder com frequência, frequentar um ao outro com parcimônia, vender parte de nossa sinceridade ao coletivo. Porque logo, logo saberemos que nunca fui uma crisálida verde-esmeralda e que você nunca entendeu bem o que dizia.

Em breve, acenderemos uma chama, chamaremos um ao outro para entrar, conversaremos sobre o processo que sempre nos coloca aqui, no hoje.

Daqui a alguns meses, voltarei a achar-me numa armadura transparente, e você, continuará a pensar que estou mudado.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

torn between bitterness and hope


I know you are reading this poem listening for something, torn
between bitterness and hope
turning back once again to the task you cannot refuse.

                                                                                                                                             (Adrienne Rich, 
from Poem "XIII (Dedications)"
from An Atlas of the Difficult World (1991)
Adrienne Rich - link aqui)

torn between bitterness and hope
torn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hope
torn between bitterness and hope
torn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hopetorn between bitterness and hope
torn between bitterness and hope
torn between bitterness and hopetorn between bitterness and hope
torn between bitterness and hope
turning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuseturning back once again to the task you cannot refuse
turning back once again to the task you cannot refuse


O que sei de Adrienne Rich é como just nodding. Mesmo assim ainda confirmo que artistas se esperam.




Licença Creative Commons
gaveta, galáxia by Sebastião Ribeiro is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported License.