quarta-feira, 25 de abril de 2012







Hoje, conheço a esperança mole feito um peixe numa sacola de feira. Lembremos queste peixe nadou, foi iscado, estripado e congelado. Alguma hora fará a alegria de algum estômago.

Onde na esperança mora a fé e onde na fé se deixa recostar a esperança? NÃO SÃO A MESMA COISA?!?!? A conjetura desta resposta me abate: virarei a página até onde der, esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado.

Esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  

esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado  esperarei um sono intenso que me faça acordar atrasado.

Hordas de fiéis alisarão meus calcanhares, meus problemas estarão resolvidos por uma semana, esquecerei aquele compromisso porque beberei com meus amigos, mamãe me lembrará que crer em Deus Pai me cobrirá nas noites estúpidas, quando me esqueço de esquecer dos muros à hora de dormir. Uma criança desconhecida precisará de minhas costas e meus braços para se equilibrar num banco, um gato de 3 semanas vai encontrar comida, o jumentinho que ronda meu bairro vai logo encontrar um fim pacífico para seu quadril atingido por um carro. E todos os meus esforços pra fazer algo direito ou novo, politicamente correto e crítico, científico e expressivo, estarão neste encanamento entupido há duas semanas. Assim como o eu escrito.

Questões de fé/esperança me parecem meus olhos tentando raciocinar o grau de meus óculos. Não somente ver, raciocinar. Detalhe: olhos completos não raciocinam. Nem se se pudessem enxergar o dia inteiro.

O abraço que falta, o silêncio que castra, o dia que logo entardece. Sobro eu no silêncio incógnito, sobra de silêncio acordado pelos que falam. Sobra-me a mim mesmo sem espelhos e sem esperança.

Até que me canse de esperar um sono intenso que me faça acordar atrasado.



terça-feira, 17 de abril de 2012

toc toc




Visite a casa de um poeta quando ele não souber o que dizer. 
Visite-a quando não souber o que dizer. 
Quando houver o que dizer, 
visite-a uma vez mais para que nada se saiba. 
Saiba que uma visita lhe dirá alguma coisa. 
E em não dizer nada é provável que se saiba algo. 
E sabendo, não diga. 
Visite-a. 
Sendo casa, saber ou dito, 
o poeta ainda é uma visita.



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