segunda-feira, 5 de março de 2012

(im) preciso



Em meu ofício ou arte taciturna
Exercido na noite silenciosa
Quando somente a lua se enfurece
E os amantes jazem no leito
Com todas as suas mágoas nos braços,
Trabalho junto à luz que canta
Não por glória ou pão
Nem por pompa ou tráfico de encantos
Nos palcos de marfim
Mas pelo mínimo salário
De seu mais secreto coração.
Escrevo estas páginas de espuma
Não para o homem orgulhoso
Que se afasta da lua enfurecida
Nem para os mortos de alta estirpe
Com seus salmos e rouxinóis,
Mas para os amantes, seus braços
Que enlaçam as dores dos séculos,
Que não me pagam nem me elogiam
E ignoram meu ofício ou minha arte.
(tradução: Ivan Junqueira


Sua vida é a poesia ou a poesia é sua vida, meu caro de dedos tortos?
Aceite o silêncio, não peça nada mais que um beijo no local certo, sonhe para não se entender!

Deixe estar o corpo, permita qualquer coisa ao sono; que as palavras faltem, e teu silêncio, assim como grande parte do que imprimes, será de dois pares de olhos e algumas coxas.

Inspire... E perca... Perca qualquer coisa, este mundo é dos fortes, mas perfeito é para os fracos. E no final de qualquer lógica, ou de qualquer erro nesta lógica, restará o profundo e suave desejo de ser um poeta que escrevinha... nada!

E o poeta merece o sono de seus poemas, objetivamente falando.

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