perfeitamente acurado
por isso me agrado de pisar em ovos
de vez em quando
com isso me espanto
nada de menos
só teu corpo invertido me pisando
estritamente perfeccionado
estando livremente aberto em regalos
espero nao te desesperes
às vezes a cor dos tijolos dissoa
feito teu rosto
agora arregalado pronto a me oferecer
tudo a isto dito eu cheio de escolhas
finalmente justificado
venho sabendo que nada me seduz mais
que uma sutil inconsequencia
sábado, 24 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
reta
por
Sebastião Ribeiro
dum ponto a outro só digo
que nada escorre um conceito
da distância entre meu olho
e tua boca tudo luziu
menos uma reta
considero agora o que
foi estatura e força:
pode-se inventar um combate
onde já existem feridos?
esta mente dita minha nada
(carregada de palavras)
pousa além disto
eis que te ensino:
nada podes fazer contra
a sutura dos sistemas
nada rebate a horda que
senta à mesa de jantar
sinto que preciso de um livro
uma coxa de frango
meia alface
verdade somente a mesa
se encontra posta
nada hiberna no nexo
(serei eu louco
nexo sem calçadas?)
desde já muros sobrepõem-se
para tudo inclusive homens
nada te atingirás fora de mim
(com certo orgulho me enojo do
espelho – nele nada se vocaliza)
enquanto que tu aí estás
sentado salmodiando um corpo
ou outro aqui eu me entrego
à boda ou ligeiramente mesmo
às núpcias de quem não tem corpo
já nos inventam tantas batalhas
que enfim chega a hora:
afastas a razão não restará
ledor sobre sentido
ouvido over lido
que nada escorre um conceito
da distância entre meu olho
e tua boca tudo luziu
menos uma reta
considero agora o que
foi estatura e força:
pode-se inventar um combate
onde já existem feridos?
esta mente dita minha nada
(carregada de palavras)
pousa além disto
eis que te ensino:
nada podes fazer contra
a sutura dos sistemas
nada rebate a horda que
senta à mesa de jantar
sinto que preciso de um livro
uma coxa de frango
meia alface
verdade somente a mesa
se encontra posta
nada hiberna no nexo
(serei eu louco
nexo sem calçadas?)
desde já muros sobrepõem-se
para tudo inclusive homens
nada te atingirás fora de mim
(com certo orgulho me enojo do
espelho – nele nada se vocaliza)
enquanto que tu aí estás
sentado salmodiando um corpo
ou outro aqui eu me entrego
à boda ou ligeiramente mesmo
às núpcias de quem não tem corpo
já nos inventam tantas batalhas
que enfim chega a hora:
afastas a razão não restará
ledor sobre sentido
ouvido over lido
sábado, 3 de julho de 2010
No one listens to poetry. The ocean / Does not mean to be listened to. (Jack Spicer)
por
Sebastião Ribeiro
síntese
pequeno pio meu caído do mundo
sopro totalmente incorporado
de um não-toque
presença ignóbil capitulando
fortitude oriunda do que nego
quero-o muito
desejo num soluço tê-lo aberto
considero sugá-lo lá pelas onze
mas quem dera
quem serve num prato seu trago fugidio
quem me dirá aonde minto
certamente não vivo
congelo no escrito o badalo da proscrição
um signo para o limbo
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Esta postagem tem como título versos do famoso poema Thing Language, de Jack Spicer. Você pode conhecer melhor o poeta e ler este belo poema aqui:
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