quinta-feira, 24 de junho de 2010

Amor

Do nada, assim parece às vezes como entendo a vida. Fazendo parte das coisas enormes e presentes, viver é um óbvio que poucas vezes espera ser ouvido quando de um ônibus lotado, um atraso, um engarrafamento, um susto, uma obrigação. Muitos do lado de fora de mim nem imaginam, drenam meus braços entusiasmados, fazem-nos quebrantos de si mesmos. 

Haja agora poesia, haja arte que transporte... 

Razão emergente esta que agora surge, comum a todos os cegos, razão esta que não se mascara além de pura necessidade. Acreditamos na origem aristofanesca do amor, não neguemos. Alguns engordam, outros saturam os olhos mesmos. 

Haja invencionice, haja escape... 

Então me lembro do exato instante que usei a palavra touros querendo usá-la. Vai entender, mas foi perfeito. Verti-a do carinho que de mim algum humano não pôde conquistar. A língua é minha, senhores. Enquanto alguns querem, pedem ou compram corpos, eu os faço, eu os tenho, e hajam espelhos a definir o que é tudo isso. Fecho os olhos e me encontro. Meu reflexo não pertence à palavra, somente minha matéria. Assim, amo a tudo e a todos. 

Haja fuga, haja ausência na presença... 

E de absoluto, só o fim (que é amor...), quando dele se compraz o mundo.

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