quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Links

Três links para trabalhos meus no blog do Plástico Bolha, jornal que eu adoro!

http://jornalplasticobolha.blogspot.com/2009/10/nightwork-um-poema-de-sebastiao-ribeiro.html

http://jornalplasticobolha.blogspot.com/2009/10/novidade-ou-na-falta-de-um-poema-mais.html


http://jornalplasticobolha.blogspot.com/2009/05/blog-post.html

Ipês

Outubro. Anos e anos passaram por ele. Eu mesmo fui um ano inteiro a esperar pelo seu Sol, púlpito de nostalgias (seja lá onde isto seja). Um ano inteiro é um túnel onde me arrasto e a cabeça sobe intermitentemente pelas horas modificadas em unidades sóbrias e burocráticas, chamadas meses. De hora em hora espero um mês chegar. Vão-se todos. Ficam os ipês. Os ipês e seus outubros, suas costas, seus empecilhos. O outubro de dois mil e oito foi romanticamente especial, não pelos corpos, mas pela vida mesmo. A natureza é algo imenso e assim me calaria. Entretanto, à plena voz, luzes e luzes vindas de troncos pálidos e ásperos enchiam minha cabeça de coisas, coisas poéticas. Os ipês são parte completa de uma lembrança chamada símbolo; o símbolo é coisa que arde n'algo chamado referência. E referência é constante que busca sentidos, sentidos vários a algos de infância e juventude arenosa. Muitas vezes estes sentidos são somente devaneios ou partes perdidas de anseios velhos; e de tudo isso, como um segredo, revelo a todas as pontes e a todos os homens que um ipê florido e quente numa tarde de outubro é um ser em seu sentido amoresco.


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aguardem os ipês...

Amigos, minhas férias mentais se acabaram, e não sei se isto é totalmente bom, pois o sistema me quer deveras. E isto é o que sobrou da ceia (risos não, por favor). Já penso num novo projeto, um novo livro: novas sintaxes e imagens andam me figurando, estou esperando cada poema dizer o que quer dentro de mim. Me espero e me retrato, esta é a verdade.

Ontem assisti ao Fahrenheit 9/11, e se não fosse pra fazer um artigo de faculdade, isto "daria samba", ah, com certeza. Emoções multiformes tomaram conta de mim. Nem sei se deveria tecer algum comentário sobre, pois pareceria que eu deixaria escapar tanto lirismo por aqueles mortos e desesperados no Iraque ou por aqueles soldados desavisados, iludidos por um presidente, que sendo presidente ou não, sendo um Messias ou um Papa, sendo uma árvore ou um vulcão, ele não passa de um perdido. Não por favor, mundo, de perdidos já bastam nós.

Antes que forças externas tomem conta de mim (isto é, corpo e função), escreverei. Escreverei de uma maneira minha desafiando mesmo o bom senso; vida nenhuma encontra o bom senso no desespero ou na angústia, ou na indecisão e no êxtase. Perdidos, é o que parecemos. Aqui em meu canto, desconhecido das altas esferas políticas e comerciais, ainda sou somente um rapaz pobre que mora longe, feio também, mas isto absolutamente não é pertinente. Pertinente é a viagem de minha mente (e muitas vezes do meu corpo) no clímax de um texto, especialmente quando eu o produzo; pertinente é cair em marasmo quando o corpo não aguenta tanto conhecimento. Pertinente é reunir meia dúzia de malucos como eu que discutem ou inventam literaturas, idéias, sonhos, vontades.

Igor, um amigo meu, destacou n'A Hora da Estrela, de Clarice, que o narrador, o Rodrigo S.M, escreve por não ser somente um acaso como Macabéa. Entretando ele soube transformar o mundo macabeano num épico triste de proporções modernas, miúdas, cinzas, mas pertinentes! Sou assim também. É pra isso que muitas vezes o mundo cai lá fora. Preciso perceber-me.
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gaveta, galáxia by Sebastião Ribeiro is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported License.