sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quieto

Quinze minutos para conseguir a concentração/inspiração que dá sentido ao dia, de algo novo, mais um expurgado além de tantos acocorados. É nesta pressa que me exponho ao vazio, provavelmente; todos com seus afazeres e eu com esta fraqueza de palavras! Bem se vê que não sei nada.

Surgido do nada (não derivado ou proposto) estão o poema, o sono, a esperança. Não se sabe donde vêm, mas estão bem postos em qualquer lugar, sim, estão. É a marca da vida. E também é a marca do que se joga ou espera. Escrever coisas óbvias é se jogar; sibilinar os algos é esperar.

Entretanto, entre este ou aquele, não serei eu quem sobrará. Do lixo do mundo basta eu, com minhas insinceridades e minhas perdas, diria, aleijões. Pensando melhor, não é que eu seja mentiroso e tal, talvez tenho me colocado como vítima desta época.

É tempo de se calar. E ler, ler, ler até a vergonha na cara se tornar máscara. E meu silêncio gestará a beleza, que cairá como saliva dos dentes. Fazendo-o com o risco de cantar somente a cala. E cantá-la no invisível, invisivelmente.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Experiência da ausência

Feche os olhos, veja suas mãos. Aquelas ideias de ontem já se perderam. A alegria foi uma chuva no telhado. O brainstorm também é uma chuva no telhado. Mas nos falta um sistema. Ontem foi um dia de alegria, e hoje também o é, mas encarecidamente pelos céus ou pelo chão mesmo, as palavras tomaram uma forma indecente, estão invisíveis. Eu tomo uma forma incrível, a de um poeta do silêncio.

Leiamos: corpo morto, mas inteiro, cheio de podridão e paraíso, mas silente. Silente como uma rosa. Eis que a rosa diz mais, posto que explode em vermelho significativo. Mas, e o cara que escreve? O que dele sobra? Dele sobra o terreno informe onde cresceu a rosa. Vejamos o dele se percebe:

como se faz um conjunto vazio?

Realmente, parece que o fato de estar morto é um exagero. Exagero é ele mesmo se esquecer entre o nojo que lhe dá o exagero. Muitos mundos ainda restam até um pouco de consciência ou coerência; bem sei que de longe quase nada se faz ou se fez, até que o silêncio teve de dar lugar ao ritmo tranquilo da re-consciência. Feche os olhos, veja suas mãos.

Expressando matematicamente o que ocorre, todos perceberão a pressa de uma vida em se expressar e tornar perfeito o canto de todo um espírito, o espírito de um Respondente, como Whitman sugere. Fechei minhas mãos e abri os olhos para poder ler Rilke. E me calei. E agora sei que me calarei onde e até for possível, que minha tristeza ainda assim é uma rosa de vermelho significativo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sem técnica

Sem ânsias, querido.
Flores de ipê finalmente
em setembro
inventadas nos braços
sem motivos fantásticos
sem formas de aço.

Sem anjos, meu bem,
sem espelhos.
Sem positivismos
- estamos aqui porque
fomos sementes.

Sem estragos, amor,
posto que minha boca
não queima em calar-me
a dizer-te 'amor',
e isto e em todo canto
parecerá
uma mentira.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Selo Vale a pena acompanhar este blog!



Fui indicado pelo amigo Shintoni do Duelos Literários a este selo que de algum modo me familiariza com os leitores. Muito obrigado a todos que acompanham meu blog, nem imaginei tal. Mas devo responder algumas perguntas pelo regulamento para aceitação do selo:

1.Por que resolveu criar um blog?

Porque sentia necessidade de me expressar de uma outra forma que não fosse somente o formato poemático, além da vontade que eu tinha em escrever sobre outros temas que não se adequavam a uma estética deste tipo, mas de fato a poesia é maior, em prosa ou verso. Sem contar que estava cansado de ser um poeta no escuro. Gosto de compartilhar até certo ponto minha técnica e visão poética, o poeta tem de ser livre e sua poesia também. Com moderação e contexto, claro.

2.O que te dá mais prazer blogar?

Aquilo que mexe com a cabeça das pessoas, algo como diz minha amiga Ana, inesperado. Mas pretendo sempre de alguma forma mesclar aspectos pessoais de vida de todos, incluso óbvio a minha. Se cheguei a este ponto, creio que não cabe a mim dizer.

3.Qual o assunto que você mais gosta de postar?

A vida.

4.Por que escolheu esse nome para o blog?

Sebastião Ribeiro é meio sisudo, e como estou me expondo de alguma maneira no blog, preferi ser somente S. S. Ribeiro, com orgulho do sobrenome underlinezado pela poesia.

5.Você costuma visitar outros blogs?

Claro, principalmente de amigos, mas muitas vezes encontro algo interessante fora do círculo comum, como vocês verão.

*******Creio que devo indicar seis blogs. Aqui estão:

DUELOS LITERÁRIOS: www.duelosliterarios.blogspot.com - O BLOG QUE ME DESCOBRIU!

BLOG DO BOLHA: www.jornalplasticobolha.blogspot.com - O BLOG QUE ME EXPÔS!

NENHUMA BORBOLETA AZUL: www.nenhumaborboletaazul.blogspot.com - ESTE RAPAZ ME CONHECEU NO BLOG DO BOLHA E ASSIM FIQUEI SABENDO QUE ELE É MUITO ORIGINAL.

PROSOPOEMA: www.prosopoema.blogspot.com - O SENSUALISMO DESTA MENINA ME FERVE!

IGOR PABLO: www.igorpablo.blogspot.com - ESTE MENINO ESTÁ COMEÇANDO E PELO QUE SEI, PODERÁ VIR A SER UM POETA ESPECIAL... DEEM-LHE TEMPO!

C E N T R A L D A P O E S I A: www.centraldapoesia.zip.net - APESAR DE ESTAR DESATUALIZADO, OFERECE BOM PANORAMA DA POESIA CONTEMPORÂNEA MARANHENSE, ALÉM DE CONTAR COM TEXTOS DE GRANDES POETAS ADMIRADOS.

E é isso. Até sermos nós mesmos em breve!

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