Ontem minha epifania foi o cansaço. A epifania é se perceber mastigado pela burocracia, pelos governos, pelo desinteresse e o barulho que todos ao meu redor depositam no silêncio que cultivei, até pegar aquele ônibus que no infinito surge e da demora se destaca; ele é uma carcaça e eu, seu miolo.
Meus dias de poeta se acabam, pois o que deve ser ouvido? O que de mim merece ser dito? Eu minto? Retorno ao silêncio, que é absoluto, e certo estou que no escuro sempre entendo a tudo e todos. Por quê?
A coragem em me matar foi afogada por Deus, Ele bem sabe. E sei que dum profundo céu preciso, para esquecer a juventude que pulsa e os amores não tidos e os sonhos não construídos e as memórias puídas... Sei que sou pouco enquanto a vida me desloca sem pedir permissão ao meu senso de direção.
Enfim de um equilíbrio tolo estou vivendo, talvez só precise de uma boca em meu pescoço. Enfim de um equilíbrio tolo estou fazendo o que acho melhor e meu corpo entende: continuar a passar.
olá...
ResponderExcluirO tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
William Shakespeare
abraços...
vestivermelho
Li este texto no Duelos Literários e gostei tanto que resolvi te conhecer mais. Gosto do seu estilo. Va constrói imagens bonitas e algumas até mesmo inusitadas. Parabéns.
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