quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Enfim, uma obra!

Depois de alguns anos, creio que 6, posso dizer, mesmo que não publique, que tenho uma obra. Depois de vários livros imaginários, mesmo que não seja um cambotino (imagina!), tenho o mérito de ter me arriscado nos páramos de mim mesmo com um livro, um conjunto de coisas, enfim. Este livro que é livro-pedaços-de-outros-livros, surge como um esforço de 2 anos de um plano certo que ainda não é concreto, mas me doeria imensamente amadurecer mais ainda para poder reunir de alguma forma meus versos tortos, sinceramente, não vejo porque esperar. Daqui para a frente é só viagem, creio que já peguei o bonde.
Mas rapazes, nem tudo é certeza. A crença vem de um medo, creiam. Por mais que estejam reunidos, os versos estão frios. Frios de temor, pois como bons capitalistas que são, desbotam a cada dia sua novidade, meus olhos já não os enxergam com a força que deveriam emanar, mesmo que uma força antiga e secreta. E sei que podem demorar anos para que vocês os vejam como devem, mas olhos novos devem os tirar deste momento cinza.
Somente - como vocês percebem - fumegações duma cabeça jovem e estrelada na poesia incerta de um incerto destino, que arremessa por todas as direções não óbvias, mas todos sabemos que essas setas retornarão a ... Pode não ter sido tão nobre a causa, mas a intenção me absorveu até o último momento.
Posteriormente posso dizer-lhes o nome e o sentido do primeiro não-primeiro feito. Aguardo ser atendido.

Até.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

'Escrevo para escapar da morte..."

I've heard it all before... Well, amigos, uma das poucas verdades que nos limpam os olhos é esta. E me cai como algo maduro - isto também já ouvi em somewhere. Isto é intenso e me responde algumas dúvidas sobre poetar. Por mais que a lira ainda esteja precisando se afinar, o que vai me restar é a verdade que materializei em sons tortos e sentidos cruéis, mas, por favor, não intelegíveis!
Pois é, a lira está fraca, e esperando... vive esperando a noite e o céu, Rimbaud que o diga! Espero não ser o espelho de ninguém, porque maus exemplos existem inclusive em poesia... cada um com sua vida, já é difícil cuidar de uma só. Por todas as chuvas e por todos os beijos, não deixarei a mediocridade pontificar, não! Irmãos, a talvez esperarem algo com sense, me despeso e me dispenso, pois todos creem no perigo da noite. Minha folia será Íon e Hípias Menor no bloco do Platão. Um abraço, mas vocês já perceberam que folie em francês significa loucura?

Até.

Por que ainda escrevo poesia?

Já participei de três edições do Poemará, o festival de poesia da UFMA. Uma vez, em 2006, fui para a final, não ganhei. Nas outras duas vezes consecutivas só participei das eliminatórias. Pretendo me inscrever em alguns concursos literários por aí... Já pensei infinitas vezes em parar de escrever, porque queria muito os louros, mas tento e tento entender que os louros são pura consequencia, mas se você não tentar não vai ter. Enfim, desde meus primeiros poemas (tão patéticos que fizeram o favor de virarem pó!), sempre senti aquela vertigem que acompanha todo artista, em não saber para quem dirigir sua arte; aos poucos descobri que os outros é que dirigem sua atenção para a arte, procuram sentir num ponto de vista individual o seu ponto de vista, o seu anseio, sua personalidade, a unidade. Como dizia, incontáveis são as vezes em que parei de escrever, mas sempre volto. Entendo o porquê disto em prestações, que logo se perdem o carnê, é só uma manifestação de que estou descobrindo minha própria verdade; ainda escrevo e tento não desistir porque, assim, saio do senso comum e exercito toda minha relação com o mundo de um modo só meu, manifesto minha individualidade. E em que isto é importante para você? Ser sincero consigo mesmo é sempre bom, principalmente quando posso brincar como um inocente, uma criança, um liberto, com toda a profundidade de um amargurado, um depressivo e um chato. Vai aí um de meus poemas, que apesar de não ser muito atual, expressou uma vontade natural de conhecer-se e trazer o mundo a si, pelo silêncio-barreira:

Vivo



Meus dois últimos gestos ficaram no passado eterno, 
me esperando.

Roubaram a beleza do amor algum.
Busco-me terceira pessoa. Fujo pro indefectível erro
mal me conhecendo coisa inocente, 

nomeando cala e grito em 
meu desinteresse ou niilismo.

Se tudo fosse teu púbis campo de cártamos,
infância da língua... 

Se os olhos não fossem tão excedentes, 
tão discursantes em idiotismo...


Quem fala, quem me toca aqui, 
violino-folha escura ao vento,
não me encontra.
Só floresce uma voz.


(Sebastião Ribeiro)

Até.

Para começar...

Ainda sou um ilustre desconhecido. Mas penso, e às vezes tudo precisa ser dito. Escrevo desde os 14, hoje, 20. E uma busca pela verdade ou o refinamento desta... enfim coisas que excitam estes doidos alcunhados poetas, que parecem não saber o que é o pragmatismo. Mas é por causa dele que a poesia surge, e floresce tão instintiva, que parece um hábito, um sestro. E é delicioso esse descobrir em estar vivo e expressando esse viver com a linguagem mais natural que é a liberdade, a viagem. E todos são e estão poesia, toda sensibilidade é sensibilidade, nunca podemos esquecer. Bem, este por enquanto é o primeiro post. Não sou daring, cool ou outsider. Só estou não deixando o mundo me calar sobre eu mesmo, eu-mundo.

Até.
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